Barbara Goloubeff*; Adolfo Firmino da Silva Neto; Maristela Silveira Palhares
Introdução: Acesso à figura materna provê o potro tanto com nutrição física quanto com segurança emocional. A remoção desse acesso mediante o desmame pode resultar em estresse que predispõe o potro a doenças e taxa reduzida de crescimento.
Objetivos: Verificar se as erosões gástricas de potros possuem origem imune desencadeada por estresse do desmame artificial.
Material e métodos: Foram realizadas três endoscopias em 20 potros Brasileiro de Hipismo de 160 dias de idade, 14 dias pré, 24h após e 14 dias pós o desmame, definindo dois grupos com e sem lesões após a primeira endoscopia. O westernblot semiquantitativo permite quantificar modificações na população de todos os anticorpos do soro frente a um painel complexo de antígenos protéicos (proteínas bacterianas e eqüinas). Os resultados foram obtidos através da análise multivariada dos perfis densitométricos das reatividades dos soros.
Resultados: Houve aumento do número de lesões a cada endoscopia (55%, 95% e 100%) com diferenças (P<0,005) à primeira endoscopia entre o Grupo 1 e Grupo 2 e dentro do grupo (primeira endoscopia versus segunda e a terceira). Os soros testados não mostraram diferenças na reatividade para antígenos bacterianos, entretanto, modificações significativas foram observadas na reatividade para as proteínas eqüinas (p=0,038 / Mann Whitney).
Discussão: Em humanos, a gastrite gera alterações que permitem a análise global da população de anticorpos séricos, com grande importância diagnóstica e prognostica, indicando inclusive um aspecto de auto-imunidade. Trabalhos anteriores demonstraram uma grande estabilidade dos perfis de reatividade dos anticorpos eqüinos em situações normais. Este resultado é a primeira discussão de uma modificação global dos anticorpos séricos na espécie sugerindo que a gastrite ao desmame possui um grande componente de perturbação do sistema imune do animal.
Conclusões: O quadro de gastrite em potros está associado a modificações no sistema imune eqüino sugerindo também um quadro de auto-imunidade, principalmente pela reatividade alterada para proteínas autólogas.
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